terça-feira, 10 de março de 2009

As razões da «morte anunciada» de alguns centros comerciais

A falta de know-how na produção de ambientes comerciais, de capacidade de adaptação à mudança de estilos de vida e a saturação do mercado são algumas razões apontadas pelos especialistas para a «morte anunciada» de muitos centros comerciais, escreve a agência Lusa.


Se alguns passaram por várias décadas com a perspicácia de se adaptar às constantes mudanças nos estilos de vida e dos valores dos consumidores, outros acomodaram-se e acabaram por transformar-se em espaços fantasma, com corredores vazios e lojas fechadas.

Exemplos da desolação

Espaços como os centros comerciais Alvalade ou Gemini (bairro do Rego), no bairro do Rego (Lisboa), são exemplo de espaços comerciais outrora vivos e que hoje apresentar um ar desolador.

«A falta de unidade de gestão impede uma política concertada de gestão do mix comercial, que se foi alterando em função da intuição para o negócio, que em média em 60 por cento dos casos no comércio não é bem sucedida», afirmou o especialista, apontado igualmente ainda a falta de capacidade de adaptação e a excessiva proliferação de centros comerciais.

«A proliferação de centros comerciais ao longo das últimas décadas foi tal que a concorrência que antes estabeleciam com o comércio tradicional passou agora a fazer-se entre este tipo de empreendimentos, com especial destaque entre as unidades de dimensões diferentes», acrescentou.

Mas não é apenas nos antigos centros comerciais que este fenómeno acontece.

Alvaláxia está na lista

O Centro Comercial Alvaláxia, em Lisboa, e o centro Comercial Trindade, no Porto, por razões diversas, apesar de abertos há poucos anos já apresentam dois principais sinais de abandono: lojas fechadas e corredores vazios.

Nos casos de empreendimentos recentes como estes, que acabaram como espaços fantasma, Herculano Cachinho aponta dois principais factores: a saturação do mercado, isto é «a maior parte dos centros nada traz de novo», e a escolha pouco ou nada acertada da localização escolhida.

«A localização de alguns empreendimentos não foi devidamente pensada, mesmo estando sobejamente demonstrado que esta variável é fundamental para o sucesso destes empreendimentos», concluiu.

Sem comentários:

Enviar um comentário